Saturday, December 25, 2004

Em Terra de Cego

A minha visão das coisas
É irremediavelmente tortuosa
Defeituosa
Desviante crônica

Minha lente sem foco
Oscila sempre
Irremediavelmente
Entre o querer ser e o dever ser

E ainda assim me julgam poeta
Só por escrever versinhos sorridentes
Incompreensíveis para uns
Irrelevantes para outros

Minha face monstruosa
Não é de poeta
É monstruosa apenas
E a dor de minh'alma

Não é dor de artista
É dor de alma pequena

Saturday, December 18, 2004

Reflexivo

Fotos experimentais:
Registros desfocados
De momentos
do processo.

Buscas existenciais
Que nos buscam
Quando menos
esperamos.

Revelações,
sentidos e possibilidades

A câmera diante do espelho...
O homem no espelho não está só.

(Dica: Àqueles que começaram a visitar o blog apenas recentemente, sugiro clicar nos meses anteriores, que se encontram na seção Archives, para que possam conhecer os poemas que foram publicados anteriormente.)

Saturday, December 11, 2004

Ao Coração da Cidade

Simples cidade
Triste cidade
Simples e triste

Bela cidade
Decadente
Em seu coração
Que não fica à mostra
Nem canta o carnaval
Simplesmente urbana
Como teu sorriso
Branco e simples
Cidade triste

Infinitamente bela
Em seu coração
Que não canta o carnaval
Nem fica à mostra
Simplesmente urbana

Decadente
Cidade triste
Em seu coração
Infinitamente belo

Saturday, December 04, 2004

Tantas Vezes

Às vezes deus me abandona
Ou vice-versa
Não sei bem

Às vezes sou crucificado
Morto e sepultado
E não ressuscito ao terceiro dia

Às vezes eu prendo a corda a uma árvore
E meu corpo brinca de balançar
Preso pelo pescoço

Às vezes eu desço ao hades
E não encontro nada

Às vezes sou eu
Outras só vida normal